Uma noite, quatro rábis foram acordados por um anjo que os levou ao céu, e lhes deu a contemplar a sagrada roda de Ezequiel.

De volta à Terra um dos rábis perdeu a mente por ter visto tão grande esplendor e vagabundeou até ao fim dos seus dias. Outro dos rábis, tornou-se extremamente cínico e dizia que apenas tinha tido um sonho e que nada na verdade tinha acontecido. O terceiro, ficou obcecado por contar o que tinha visto a todos, dar a conhecer ao mundo, ensinar e perceber tudo e todo o porquê do que tinha contemplado e, pelo meio disto perdeu a sua fé. Por fim, o último dos quatro rábis, o qual era um poeta, escreveu canções sobre o que tinha visto, as quais a sua filha e o céu ouviram e assim viveu uma vida melhor do que a que vivia antes.

Interpretação

Esta é a segunda história que vos trago da série do livro mulheres que correm com os lobos. Uma das difíceis para mim de interpretar mas, com a ajuda do livro e a boa aluna que sou aqui vai, do fundo de mim.

A história mostra vários caminhos depois de se contemplar algo inexplicável e sagrado. Leva-nos a acreditar que o caminho certo não é o de demasiada fascinação, nem demasiado cinismo nem o de querer perceber tudo. E acaba por ser uma metáfora à relação que precisamos de ter com o nosso subconsciente. Por vezes queremos perceber todos os nossos porquês e acabamos por nos perder no nosso caminho.
Há certas coisas que não são para perceber mas apenas para sentir e contemplar, aceitar. Há coisas que habitam no nosso subconsciente, na nossa intuição ou no nosso instinto que vão além da nossa consciência. Como Carl Jung disse, existe uma relação e união entre o nosso consciente e o nosso inconsciente e a cada um pertence certas funções mas, se a relação entre eles for muito permeável corremos o risco de tornar-nos loucos.
Uma mulher ao dar à luz, se quiser perceber tudo o que está acontecer o músculo do útero retraí e as contrações que sente não serão suficientes. Ela tem que sentir e entregar-se.

Na história La Loba, a que tudo sabe – ela canta para trazer à vida o que está no subconsciente e já morreu. Ela não o faz de forma consciente, ela sente e canta como o meditar, escrever, dançar. Não sabemos o porquê mas cria energia em nós. Até nos pode tornar desconfortáveis ao início mas dá-nos vida. Há gerações de histórias e porquês em nós que não podemos em plena consciência suportar. Tal como os 3 rábis, seria demais. Mas um deles foi corajoso para sentir e simplesmente aceitar o que era e dar-lhe importância sem ficar louco.

O nosso subconsciente pode ter histórias e traumas muito anteriores a nós próprios. Estudos foram feitos para provar que no nosso DNA não só a parte física é passada mas, outras partes como traumas e de certezas que coisas boas. Chama-se a isso herança epigenética transgeracional e pouco se sabe sobre. Essa informação não está ao nível do nosso consciente e engana-se quem acredita que cura é um processo lógico. Hás vezes é outras não pode ser. Por vezes, o que precisamos é sentir e está tudo bem em não estar bem. Este processo é muito reconhecido pela médica Kelly Brogan da qual tenho uma grande estima.

Não quero com isto dizer-vos : Sintam e não percebam nada. Esqueçam o consciente, os pensamentos, o raciocínio. Não! Somos humanos e é esta união de ambos que nos fará ser saudáveis. Como a escritora do livro, Clarissa Pinkola Estés diz este Ser, saudável, “tem que ter liberdade para mover, para falar, para se chatear e para criar. Este Ser é durável, resiliente e têm grande intuição”.

Somos seres instintivos, intuitivos, sábios também. Inteligentes. Intelectuais. Somos ambos criativos e analíticos. Espirituais e mundanos.

Ao te libertares e contemplares coisas sagradas que estavam mortas em ti desde criança, vais sentir uma felicidade tremenda. Liberta-te! E, se vai haver quem ache que te precisas de comportar? Talvez. Talvez só o fato de estares a ler um livro enquanto tens as pernas pro ar vai criar desconforto em alguém mas, sabes que mais? fá-lo! Além de fazeres algo para a tua alma, estarás a dar amor ao teu sistema linfático. Seja o que for que o desejas mas pensas que irás ser vista como uma má menina ou mau menino. Fá-lo! Enjoy yourself.

@Ana

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