Vocês acreditam em coincidências? Eu não!

Tenho na mente escrever este artigo faz meses. Na verdade, a intenção com que escrevo o artigo é para vos ajudar e para mostrar como me ajudei e ajudo a superar medos a cada dia. Um desses medos está no vídeo Confiar (Clica na palavra confiar e verás).

Durante estes meses tenho pensado e amadurecido esta ideia, de que as pessoas tem medo de ser felizes. É estranho porque é algo que não se costuma falar, pelo contrário, pensamos que todos procuram a felicidade mas, sabes aquele sentimento nada bom que sentes quando finalmente tens ou atingiste algo que querias muito? A ansiedade que algo acontecerá? 

Durante estes meses e ainda antes li em vários sítios sobre o assunto. Perguntam vocês : porquê então agora? Porquê hoje?

Eu conto-vos. O Audiobook que acabei de ouvir hoje deu-me a coragem para o fazer. Na verdade, a exata parte que me fez pensar que tinha mesmo que escrever, foi a seguinte:

Ambos, alegria e sofrimento são experiências vulneráveis a sentir por nós mesmos. A fundação da coragem é a vulnerabilidade – habilidade de navegar pelo incerto, risco e exposição emocional. É preciso coragem para abrir-nos à alegria. Eu acredito que a alegria é o sentimento mais vulnerável que nós experienciamos. Temos medo de que se nos permitirmos sentir alegria, iremos ser arrasados por algum desastre ou desapontamento. – Bréne Brown.

A primeira vez que escrevi sobre vulnerabilidade foi aqui.

Já ouviste falar que muitas vezes nos auto-sabotamos? Podes até não ter ouvido falar mas de certeza que já tiveste em situações onde está tudo tão bem e tudo tão como sonhas-te que gera uma comichão, um desconforto e acabas por fazer algo que te faz perder aquilo e voltas ao estado de sofrimento e luta.

Por vezes isto gera um ciclo e tudo porque,

O medo de sofrer é tão real quanto o medo de ser feliz.

Ambos os sentimentos nos deixam vulneráveis, abertos para que os outros possam nos magoar……..ou amar. Quando estás alegre ou feliz tu mostras as tuas ideias, partilhas, danças mesmo que não saibas dançar, tu expões-te.

Como seres humanos nós temos memória.  Memória e o pensamento cognitivo é uma das diferenças entre nós e os outros animais. A memória é super fantástica e já nos salvou em muitas situações. Uma das funções da memória é isso mesmo, salvar-nos. Lembrar-nos que o fogão queima e por isso não colocamos lá a mão. Maravilhoso certo? Mas, o cérebro segue o mesmo procedimento para coisas que não são ameaças de vida.

Se a primeira vez que te sentiste alegre e te expressas-te foste magoado (porque a pessoa não te ouviu, gozou, desrespeitou etc) então o cérebro vai criar um medo. Ele diz-te que se o fores novamente, sofrerás. Com o passar do tempo podes ter boas experiências e sentir alguma alegria mas porque ainda acreditas nisto então não consegues expandi-la e desfrutá-la como deverias e mereces. Nisto a tua auto-estima diminui e acabas por começar acreditar que não mereces a alegria que vês em certas pessoas.

Posso deixar-vos um exemplo. Se tu cresceste num sítio rural, onde não existia muita diversidade mas existia televisão e tu viste em criança na televisão alguém a dançar música tecno e gostaste muito. Ficaste tão feliz que foste mostrar aos teus avós, os quais fizeram cara feia e disseram que parecias um/uma maluca.

Percebes? O teu cérebro não suporta o estado de felicidade porque isso cria ansiedade sobre o mal que pode trazer. Sobre a rejeição que pode trazer. Sobre o criticismo. Etc.

Como perder o medo?

1.Sempre que sentires felicidade e a ansiedade que vem com ela, diz ao teu cérebro: Está tudo bem cérebro, não é uma questão de vida ou morte. Estou feliz, mereço estar feliz. Posso estar feliz mais um bocado.
Basicamente esta técnica serve para acalmar o medo. Sermos os nossos próprios pais e sermos compreensivos conosco mesmos.

Pensarem que realmente merecem desfrutar alegria muda o jogo. O cérebro é teimoso por isso terá que ser um processo de repetição.

2.Gratidão. É verdade que merecemos estar alegres e ser felizes mas não tem que acontecer por obrigação. Na verdade, muitos seres humanos vivem uma longa vida de repressão emocional e tristeza, muito em parte porque eles próprios tem medo de ser feliz. Então há que estar grato.

Quando estiveres alegre e feliz mostra gratidão. Enumera pelo que estás grato na tua cabeça. Quanto mais específico melhor. Se sentires ansiedade ainda mais gratidão precisar de enumerar pois vai fazer-te lembrar os motivos pelo que querias tanto aquela situação.

3.Vulnerabilidade.

É preciso coragem para ser feliz tal como é preciso coragem para nos permitirmos sofrer. Na maioria das vezes para não sofrermos enchemo-nos de entretenimento. Dizemos que é para esquecer e acabamos por não curar feridas e não crescermos com elas. Com isto fechamo-nos para o que nos magoou e nunca nos abrimos de novo.

Quando não és vulnerável não estás tão suscetível ao sofrimento mas, também te fechas à felicidade por isso a dica aqui é ser vulnerável para quem acredita em ti, te respeita. Coloca sempre a dúvida se o que a pessoa que te magoou disse era contra ti. Se era mesmo uma rejeição. Por exemplo os teus avós (história acima) eles amavam-te mas disseram que eras maluca porque eles próprios nunca se permitiram a ser alegres e a dançar Tecno. Muitas das vezes não tem nada a ver conosco mas acabamos por nos fechas à felicidade.

@Ana

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