Nos primeiros anos da nossa vida somos completamente egocêntricos porque a natureza assim o quis. Se nos falta comida parece o fim do mundo, se o pai diz que não! parece o fim do mundo. Vivemos as situações ao limite e estamos no centro de tudo. Nessa altura ninguém nos socorrer é levado como um abandono, mesmo que a mãe só esteja a fazer xixi e já venha. É também nessa altura que a nossa personalidade se começa a formar e muitos de nós continuamos a ser o centro do mundo até à morte. Não que o admitamos ou sintamos conscientemente, mas aquele sentimento de querermos as coisas sem esforço está lá. 

 Com o passar do tempo as crianças percebem o mundo que os rodeia. Umas tornam-se adultos independentes, outros adultos codependentes e ainda há os que não se tornam adultos de todo. O assunto da codependência é um que fica para depois, aqui quero falar-vos do sentimento que cresce conosco que somos especiais, o centro do mundo e que por algum motivo melhores que toda agente. 

 Já aconteceu conhecer alguém que parece ter uma autoestima tão alta, demasiado alta? Isso não é equilíbrio e na verdade nem é autoestima. Existem diferentes formas em ter falta de autoestima e uma delas é fazer parecer que tem muita autoestima. Estas pessoas normalmente são arrogantes. Uma pessoa com boa autoestima não se acha o centro do universo e tem o conhecimento de que existe o Eu e o Nós. 

 Talvez me esteja a fazer entender mal. Todos nós somos únicos? Sem dúvida. Único e especial são adjetivos diferentes. 

 O sentimento que estou a querer partilhar é o sentimento que vem do seguinte pensamento: 

 Na cabeça:” Gosto mesmo muito de cantar e até que canto bem! Tenho muita vergonha, mas eu canto quando alguém me pede. Claro que depois de me pedir duas ou três vezes porque tenho mesmo muita vergonha. Acho que qualquer dia alguém vai ouvir-me na rua a cantar, quando canto sem ninguém na rua. Qualquer dia vai aparecer alguém e vai ser alguém famoso, que tenha poder. Vai ficar espantado com a minha voz. Tanto que vai ter que vir ter comigo, elogiar-me e fazer de mim uma cantora. ” 

Ou 

 Na cabeça: ” Sou mesmo bonita. Sei que não sou a mulher mais bonita do planeta, mas tenho uma beleza especial. Talvez qualquer dia uma agência, modelo, alguém me veja e me convide para ser modelo fotográfica.” 

 Eu quero fazer uma análise a este tipo de pensamento. Será que era bom sermos especiais? 

 Pela história sabemos que não, pessoas especiais foram usadas em circos como atração e quando os europeus chegaram a África e pensaram que as mulheres de lá eram especiais trouxeram Saartjie Baartman para que todos vissem (ridículo).  

ridiculo
Quando alguns pensam que outro alguém especial e o escravizam.

 

 A crença de que algo de muito bom vai acontecer sem passarmos pelo processo difícil é o que nos impede de lá chegarmos. Todos os génios que conhecemos da história não se achavam especiais. Muitos morreram a achar que não tinham feito nada para a história ou que tinham feito mal como Einstein.  

 Esta crença impede-te de trabalhares arduamente pelo que queres. Dizemos que a sorte às vezes acontece, mas, o que é a sorte? 

 Sorte = Preparação + oportunidade. Sorte é trabalharmos arduamente para estarmos preparados quando a oportunidade aparecer. Há oportunidades que procuras outras que aparecem e isso é sorte. 

 Estou feliz que finalmente compreendo esta mensagem/lição da terra. Assim poderei dar e ser o melhor de mim para o mundo. Estou feliz que ninguém me achou especial ao ponto de me dar algo pelo qual não trabalhei e não estava preparada. 

 O Universo não te dar o que queres, muitas vezes é uma benção. 

 @Ana.  

  

  

 
 

 

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