Em novembro do ano passado eu comecei finalmente a ler um livro que tinha comprado à meses e que, tinha estado para comprar uns quantos outros meses. O livro: The artist’s Way da escritora Julia Cameron. Ela escreve roteiros de filmes e ensina sobre criatividade, mais propriamente ajuda pessoas a recuperarem o seu lado artístico.
O livro fala sobre criatividade, barreiras e como usamos tanto o hemisfério esquerdo e nos esquecemos do hemisfério direito. Têm também uma grande vertente espiritual e tem práticas. Exercícios semanais e diários para estimular o nosso lado artístico, afinal aprende-se a fazer. São 12 semanas um pouco preenchidas mas que valem a pena para o resto da vida. Um dos exercícios foi sobre as vidas que gostava de experimentar. Todos temos profissões, estilos que gostaríamos de experimentar, mesmo gostando do nosso estilo. Então, o exercício era escrever cinco vidas de “faz de conta” e depois escolher uma e durante uma semana fazer alguma coisa que se faça nessa vida.
Primeiro escolhi a vida de atriz. Gosto de representação e artes performativas. Nessa semana ensaiei um monólogo e no fim da semana representei para o meu querido namorado. Em outra semana escolhi ser viajante, ver o mundo. É giro brincar até em adultos! Nessa semana fiz o que acho que um viajante faz: planear viagens. Pensar em datas, sítios e horários, comida…mercados. Depois de ter planeado pensei que seria um desperdício “perder” aquilo tudo. Já tinha data para ir, tinha sítios a visitar e uma cidade que sempre tive curiosidade de conhecer.
A cidade: Madrid. Existe uma energia estranha entre Portugal e Espanha, não é? São vizinhos de terra e a história conta de grandes disputas: homens são sempre territoriais. Nunca ouvi em Portugal alguém dizer que tinha interesse em visitar Madrid. Barcelona ouvi, várias pessoas mas Madrid não. Eu tinha curiosidade e interesse. Sem motivo mas tinha. Então já tinha a viajem planeada e, tinha que ser sozinha porque fazia parte do livro/curso e fazia parte do meu renascer como alguém mais confiante e melhor. Viajar sozinho é algo que se devia fazer de vez em quando, pelo menos uma vez na vida, para se saber como é. Esta foi a minha primeira vez.
Quando tu viajas sozinha tu aprendes muito sobre ti.
Quando tu viajas sozinho tu estimulas a tua independência.
Fui a Madrid de 28/04 a 30/04. A cidade é muito bonita e estava muito calma, acho que estava assim porque nessa altura muitas pessoas em Madrid vão para fora, estilo Lisboa no Natal. Quando tu viajas sozinha tu podes ficar tempo infinito na casa de banho, ver o que quiseres, etc. Claro que quando viajas com alguém que conheces também tens todo o à vontade mas tem que ser um equilíbrio, senão não é saudável. O que acontece é que muitas vezes os gostos e interesses coincidem.
Falei com pessoas interessantes e em português, inglês, espanhol e até alemão no mesmo dia. Li imenso e percebi que gosto de visitar bibliotecas, mas enquanto estava na biblioteca nacional estava cheia de vontade era de ir ler o meu livro, como que, meter a mão na massa.
Sobre Madrid, já disse que é uma cidade bonita, grande, vê-se muitas pessoas da “América latina”. Tem parques muito bonitos como o parque do retiro ou o parque da ponte de Toledo. Come-se muita carne e proteína, cheguei a pedir um prato de comida para o almoço onde o acompanhamento era uma batata, literalmente uma batata. O museu do prado é enorme, acho que se consegue passar lá mais de 5 horas “na boa”. Não vi tudo, nem de perto e andei muito, também descansei bastante. Descobri como é o sotaque inglês dos espanhóis.
Foi maravilhoso.
Quando nos atrevemos coisas acontecem e sair da zona de conforto faz-nos sempre crescer e mudar um bocadinho.
Atrevido é uma palavra com uma conotação negativa e não devia. Uma pessoa que se atreve é atrevida certo? Ser atrevido impõe uma ação e ser ativo é bom. Atrevido não tem que ser tarado, como muitos achamos. Quando te atreves tens três possíveis cenários: ou tens um grande sucesso, ou falhas mas sem grandes repercussões ou falhas e as consequências não são nada boas. De todas as formas tentaste, atreveste-te e vais te amar por isso. Podes atrever-te a ler um livro.
@Ana
Muito fixe!!! 🙂
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